Estratégias do caminhar:
Bom, de uma forma resumida, vou postar alguns conceitos de formas de interagir com o espaço urbano ^^:
Flâneur:
De autoria do meu caderno de literatura, flâneur é um observador que caminha tranqüilamente pelas ruas, apreendendo cada detalhe, sem ser notado, sem se inserir na paisagem, buscando uma nova percepção da cidade. Anda a pé – e sem pressa, como requer qualquer trabalho de análise da vida cotidiana que se preze.
Na obra "A Alma Encantadora das Ruas", de João do Rio (e tooodo mundo que fez vestibular ano passado lembra desse livro), a figura do flâneur assume um caráter mais social, ou seja, ele volta seu olhar aos miseráveis e excluídos pela sociedade capitalista do início do século XX.
Bom, eu particularmente não costumo reparar tão bem nos detalhes que me cercam, até porque o caminho é tão cheio de informações que me parece até "poluído", então busco desviar minha atenção para coisas mais simples e "limpas". No entanto, acho que existem muitos arquitetos de espírito vagabundo (como João do Rio descreve o flâneur) por aí, observando cada detalhe da arquitetura e design das cidades. Depois da aula da semana passada, vou me esforçar mais pra perceber essas coisas...
Parkour:
Não é um esporte, nem uma arte marcial, mas sim uma atividade com o objetivo de se mover de um ponto a outro de maneira a aproveitar o espaço, interagir com ele usando apenas o corpo humano. De acordo com o francês David Belle, criador do parkour, "Você deve mover de tal maneira, com quaisquer movimentos, para ajudá-lo a ganhar a maior vantagem possível de alguém ou em alguma coisa, quer seja escapando daquilo ou caçando em direção a isso."
Conquistando cada vez mais adeptos no mundo todo, o parkour proporciona um olhar diferente sobre a geografia e a arquitetura do ambiente público. Além disso, praticante adquire noções de física como inércia, distância, ângulos, resistência, impulsão e flexibilidade.
Videos sobre Pakour:
http://www.youtube.com/watch?v=jquXcwooV6A
http://www.youtube.com/watch?v=XKPD6wsvoK8&feature=related
Deriva:
Partindo de um lugar qualquer e comum, a pessoa que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos. É pensar por que motivo dobramos à direita e não seguimos retos, por que paramos em tal praça e não em outra, quais as condições que nos levaram a descansar na margem esquerda e não na direita... Enfim, pensar que determinadas zonas psíquicas nos conduzem e nos trazem sentimentos agradáveis ou não.
Seu objetivo é transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade. Construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total. Essa idéia,influenciada pelo movimento situacionista, leva em conta que o meio urbano é um potencializador da situação de exploração vivida. Sendo assim torna-se necessário inverter esta perspectiva, tornando a cidade um espaço para a libertação do ser humano.
"- Eu só queria saber que caminho tomar.
- Oh, isso depende do lugar onde quer ir.
- Realmente não importa desde que eu...
- Então, não importa que caminho tomar."
Conversa entre Alice e o Gato Risonho, do filme Alice no País das Maravilhas.
Ao unir as escalas do croqui feito por Oscar Niemeyer e o detalhe do azulejo que decora a parte externa da Igrejinha, criamos essa montagem que representa a Pampulha em diferentes tempos. O papel envelhecido remete à época em que a obra foi realizada, em meados da década de 40. Já o fato de as edificações se destacarem dos demais elementos na montagem foi feito intencionalmente para dar uma impressão de que tais obras perpassam o tempo.
